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Vinculados con las graves violaciones a los derechos humanos ocurridas en el marco de las coordinaciones represivas del Cono Sur.

Fondo MJDH - Movimento de Justiça e Direitos Humanos

Área de identidad

Código de referencia

BR RS MJDH

Título

Movimento de Justiça e Direitos Humanos

Fecha(s)

  • 1961 - 20 (Creación)

Nivel de descripción

Fondo

Volumen y soporte

27 mts lineares de documentos.
3.200 fotografias relacionadas ao prêmio Direitos Humanos de Jornalismo – DVDs c/matérias jornalísticas e documentários – Material bibliográfico relacionado ao tema dos direitos humanos.

Área de contexto

Nombre del productor

Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) *** (1979 – 0)

Historia administrativa

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) foi fundado em 25 de março de 1979, mas só conseguiu seu registro cartorial em 11 de agosto de 1980. Sua fundação decorreu da proposta de conclusão do I Seminário de Justiça e Direitos Humanos, realizado no Colégio Anchieta (Porto Alegre/RS) entre os dias 24 e 25 de março daquele ano. O contexto de cerceamento das liberdades democráticas e a forte onda repressiva que impelia militantes políticos ao exílio fez surgir a necessidade de uma organização – ainda que informal e até certo modo precária – capaz de criar condições para a saída do país dos perseguidos pela ditadura brasileira e de países vizinhos.
Foi assim que um grupo formado por amigos e simpatizantes políticos deu início a uma série de atividades clandestinas com a finalidade de enviar perseguidos políticos ao exterior. As reuniões que definiriam a elaboração do I Seminário de Justiça e Direitos Humanos aconteceram no verão de 1979, na sede do Movimento Familiar Cristão. Nelas, compareciam cerca de trinta e cinco militantes dos direitos humanos, chamado de “grupo-base”. Os articuladores principais eram o padre Albano Trinks, o juiz Celso Gaiger e Jair Krischke. A organização do evento que fundou o MJDH durou aproximadamente dois meses e redundou no Seminário ocorrido nos dias 24 e 25 de março de 1979, no Colégio Anchieta. Participaram das discussões e da mesa final, cento e vinte e oito pessoas, quando foi proposta a fundação de uma organização da sociedade civil de cunho cristão voltada à luta contra as injustiças sociais e políticas. Com a proposição e aprovação de um “documento – manifesto” que deu as bases para o estatuto da instituição – escrito por Manuel André da Rocha, Antonio Allgayer e outros, era fundado o Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
A distensão lenta e gradual do ditador brasileiro Ernesto Geisel culmina, em 1978, com a extinção do Ato Institucional Nº 5, que fechou o Congresso Nacional no ano de 1968.
Em 1979, a abertura política do Brasil já era uma realidade e O MJDH, agora com existência de fato e de direito, junto com outras entidades e movimentos sociais, organizou campanhas como a luta pela Anistia, pela libertação dos últimos presos políticos brasileiros e pelas Diretas Já. Em 1984, participa ativamente da luta pela Constituinte, pela reforma agrária e pela revogação das leis de exceção: Lei de Segurança Nacional, Estatuto dos Estrangeiros, Lei de Greve e Lei de Imprensa.
Nos locais onde seus militantes se encontravam para discutir a situação política e de direitos humanos nos países do Cone Sul, começou o projeto embrionário do Movimento dos trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que vem se destacando nos últimos trinta anos na defesa da reforma agrária e da agricultura familiar.
Além disso, o MJDH não é apenas pioneiro na luta pelos Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, como é propulsor de diversas entidades. Assim, partiu de advogados militantes do MJDH a ideia de implantação da Comissão Sobral Pinto de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul (OAB/RS). Deputados integrantes do Movimento de Justiça e Direitos Humanos criaram, ainda, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a primeira da história dos parlamentos brasileiros.
Desde 1984, a entidade promove, em conjunto com a OAB/RS e a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado, o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, que visa prestigiar as matérias jornalísticas mais relevantes em torno da defesa da dignidade humana. A premiação, que é anual e não oferece dinheiro como recompensa, é destinada a profissionais e acadêmicos de Jornalismo, tendo recebido inscrições de todo país, e mesmo de países, integrantes do MERCOSUL. A solenidade de entrega é realizada, desde antes do fim da ditadura, no dia 10 de dezembro, data da promulgação, pela Organização das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
A atuação do MJDH, no período das ditaduras militares na região do Cone Sul latino-americano, contribuiu para a retirada de muitos perseguidos políticos dessa região. Sua principal missão, naquele período, ficou voltada à viabilização da obtenção de asilo das vítimas de perseguição política, que eram levadas a determinados países europeus, em estreita colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR. Do mesmo modo, denunciava a repressão, prisão e tortura de lideranças dos diferentes setores sociais, vítimas da violência do terror de Estado, então vigente na região.
Em 1979, com o inicio da abertura política no Brasil, o MJDH se incorpora às campanhas pela redemocratização e às ações contra a ditadura, como: O Movimento pela Anistia; a libertação dos presos políticos brasileiros; a campanha das Diretas Já em 1984; a luta pela Constituinte e a Reforma Agrária; e, a revogação das leis de exceção (Lei de Segurança Nacional, Estatuto dos Estrangeiros, Lei de Greve e Lei de Imprensa).
Durante os últimos trinta, o MJDH tem se dedicado às causas humanitárias e populares, como na colaboração com a organização de associações de moradores, na luta permanente contra a tortura, na condenação da “Revisão Editora” e de seu proprietário, Siegfried Ellwanger, que publicava na capital gaúcha, livros de cunho neonazista, propaganda antissemita e racista.
Nestes últimos anos, o trabalho desenvolvido pelo MJDH vem se ampliando, inserindo-se em atividades de defesa do meio ambiente, os direitos dos excluídos, contra a desigualdade racial, contra a violência dos aparelhos de repressão estatal.
Outras inúmeras circunstâncias vividas pelo MJDH estiveram relacionadas com a coleta de dados e depoimentos de mais meia centena de familiares de pessoas desaparecidas no Uruguai.
Em agosto de 1980, a coordenadora parisiense da Associação de Familiares de Uruguaios Desaparecidos (AFUDE) – constituída pelas senhoras Maria del Carmen Almeida de Quinteros, Marta Ensenat e por Daniel Gatti – enviou à Subcomissão da ONU uma lista contendo os nomes de cento e treze cidadãos uruguaios que desapareceram na Argentina; dois no Paraguai; doze no próprio Uruguai. Além disso, havia a relação de seis crianças desaparecidas na Argentina e seis presumivelmente nascidas em cativeiro.
Nesse sentido, foram enviados ao Brasil, em épocas diferentes, mas com idêntico objetivo, um advogado argentino – Leandro Despuit – e um casal de advogados uruguaios – Edgardo Carvalho Silveira e Maria Helena Martínez – todos residentes na Europa.
O primeiro contato foi estabelecido com o então presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Eduardo Seabra Fagundes, e, posteriormente, com o Movimento de Justiça e Direitos Humanos em Porto Alegre. Tendo em vista a distância entre Montevidéu e o Rio de Janeiro, bem como a impossibilidade de as pessoas serem ouvidas no território uruguaio, a melhor alternativa seria a tomada de seus depoimentos em Porto Alegre. Assim, em 27 de outubro de 1980, na sede do Conselho Federal, sob a direção do presidente Seabra Fagundes – presentes, além de representantes do MJDH/RS, Thierry Mignon, do Movimento Internacional de Juristas Católicos e Pax Romana, Willem Boogard, professor de Direito Penal da Universidade de Utrech, na Holanda, e da Secção holandesa do Secretariado Internacional de Juristas pela Anistia no Uruguai (SIJAU), e de Belisário dos Santos Junior, presidente da Associação Latino Americana de Advogados pelos Direitos Humanos – inicia-se a audiência, na qual depõem:
- Maria del Carmen Almeida Quinteros, mãe de Helena Quinteros, que fora sequestrada pelas Forças Conjuntas uruguaias do interior da Embaixada da Venezuela em Montevidéu;
- Milka Gonzales Peres, que teve sequestrado em Buenos Aires seu filho Rubem Prieto Gonzales;
- Martha Castilla Muttoni de Zaffaroni, mãe de Jorge Zaffaroni Castilla, casado com Maria Emitia Zaffaroni, que foram sequestrados com sua filha, Mariana Zaffaroni, em Buenos Aires, onde estavam refugiados.
- Violeta Malugani Torena, que teve seu filho, Miguel Angel Moreno Malugani, desaparecido na capital argentina em 1° de outubro de 1976, poucos dias antes de viajar para o México, embora tivesse recebido concessão de status de refugiado outorgada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Os demais familiares de desaparecidos foram ouvidos em Porto Alegre, na presença das autoridades internacionais acima mencionadas, da diretoria do MJDH, além do desembargador Celso Franco Geiger e dos advogados Luiz Goulart, Mara Loguércio e Nora Tatsch.
Após as oitivas, o MJDH, fez a entrega de toda a documentação ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, que a remeteu à Subcomissão de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Outro caso emblemático de participação na defesa dos perseguidos políticos e a defesa dos direitos humanos, é o conhecido caso do "Sequestro do Uruguaios" em Porto Alegre RS, quando o MJDH denuncia o sequestro dos militantes políticos uruguaios, Lilian Clibertti y Universindo Diaz Rodriguez, no caso que desmascaro a participação do Brasil na Operação Condor. O MJDH teve marcada atuação na retirada de pessoas de países do Cone Sul que viviam sob ditaduras militares, asilando-as em países europeus. Ilustra-se essa situação com dois casos: o do biofísico uruguaio Cláudio Benech, retirado do Uruguai na madrugada de 1º de janeiro de 1981; e a fuga da Argentina em 2 de maio de 1982 de Maria Elpídia Martinez Aguerre, mulher de Mário Firminich (líder do grupo oposicionista argentino Montoneros), e do filho deles Mário Xavier
Nesses dias, o jornal “Zero Hora”, em reportagem assinada por Carlos Alberto Kolecza, proclamou Porto Alegre como a capital mundial dos Direitos Humanos.

Institución Depositaria

Historia archivística

Os documentos do Fundo do MJDH são resultado do acionar da organização ao longo de sua historia. A constituição do Fundo deu-se a partir da intervenção da Organização Arquivistas sem Fronteiras do Brasil que, através de um acordo de colaboração, inicia os trabalhos de estruturação e organização do arquivo do Movimento no ano de 2009, baseado num projeto de resgate, ordenamento e classificação do acervo com o fim de tornar pública sua consulta. No ano de 2011 fica constituída a estrutura interna e organização das series documentais do Fundo - MJDH.

O trabalho de organização do acervo inicia com o Prof. Jorge Vivar. Nos últimos anos, segue sobre a coordenação do historiador e arquivista, Vander Luis Duarte Rodrigues, com a colaboração de estagiários.

Origen del ingreso o transferencia

Não houve nenhuma transferência. O acervo, foi e segue sendo o resultado de coleta permanente do MJDH.

Área de contenido y estructura

Alcance y contenido

O Fundo do MJDH esta constituído por documentos relativos as ações, denuncias e intervenções do Movimento na defesa dos direitos humanos. Em relação à temática do período repressivo no Cone Sul, na estrutura interna do fundo, existe uma Série documental denominada- "Terrorismo de Estado", cujos documentos constitutivos (na sua grande maioria cópias xerox), abordam diferentes assuntos relativos à conexão repressiva na America Latina tais como: • Órgãos repressivos e conexão no Cone Sul . Cópias de informes sobre a IV Conferência Bilateral de Inteligência entre Brasil e Paraguai (1976), sobre a XVI Conferência de Exércitos Americanos. - Documentação referente aos Serviços Nacional de Informações (SNI) e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Depoimentos sobre a atuação de repressores no Cone Sul da América. Casos específicos de repressão. • Atividades de censura aos meios de comunicação no Brasil e no Cone Sul. • Seita Moon - organização coreana de caráter anticomunista vinculada aos organismos da repressão no Cone Sul. • Acompanhamento e perseguição de militantes políticos no Cone Sul - Informes de Inteligência – Embaixada do Brasil no Uruguai - Caso Leonel Brizola – Brasileiros – Inteligência de Estrangeiros no Brasil - Inteligência – Rio Grande do Sul – DOPS / Exército - brasileiros exilados e banidos em outros países - de inteligência – Argentina - Uruguai – Paraguai . • Centros de Detenção no Cone Sul: Uruguai (Penal La Libertad / Punta Rieles) – Argentina (ESMA / Olimpo / outros) –– Presos no Brasil – Brasileiros presos no Exterior – Cone Sul –– Casos: Flávia Schilling –Flávio Koutzi - Estrangeiros presos no Brasil - Fernando Vaca Narvaja –Remigio Giménez –Mário Firmenich – José Luis Massera -.Caso Claudio Benech – Militares presos: Argentina, Chile e Paraguai - Religiosos presos no Cone Sul. • Seqüestro, desaparecimento e mortes de pessoas . - Caso dos Uruguaios (Lilián Celiberti / Universindo Díaz)- Crianças. Mortos e desaparecidos: Argentina –Brasil –Chile –Paraguai – Uruguai – América Latina – Vôos da morte • Investigação da morte de João Goulart – • Depoimentos e testemunhos de vítimas e familiares ao MJDH. - Argentinos - Brasileiros - Chilenos –Uruguaios • Correspondência de vítimas e familiares ao MJDH: Uruguaios refugiados/exilados no Brasil – Uruguaios refugiados/exilados na Argentina -.Uruguaios refugiados/exilados no exterior – Cartas de brasileiros exilados no exterior – Correspondência de argentinos no exterior -.Correspondência de paraguaios no exterior – Correspondência ao MJDH – • Operação Condor- Informes de agências de inteligência - Publicações • Intercâmbio/colaboração/participação em organizações sociais .- Argentina - Brasil - Chile - Uruguai - Paraguai - Igreja e movimentos religiosos - Internacionais - Manifestos . • Exílio e refúgio - Proteção de refugiados políticos pelo ACNUR-ONU - Assistência e proteção a estrangeiros - Assistência econômica a refugiados - Pedidos de exílio de brasileiros no Uruguai Pedidos de xílio de brasileiros no Uruguai – Casos: Tarso Genro – Vitor Carlos Ramos.-

Valorización, destrucción y programación

A documentação possui valor histórico permanente

Acumulaciones

Acumulações periódicas
O fundo esta permanentemente aberto a receber novas aquisições de todo o tipo de material. Sempre que tenha autenticidade e valor histórico.

Sistema de arreglo

Quadro de arranjo formal. O acervo não conta com documentos eletrônicos, a não ser áudios e vídeos.

O Acervo foi organizado em base à atuação do MJDH no âmbito de sua esfera estatutária. A classificação adotada é por assuntos e foi definida em função do precário estado de conservação e acumulação dos documentos. O quadro de classificação esta dividido em 6 séries documentais. A serie 03, denominada "Terrorismo de Estado" contém 14 subséries com assuntos referenciados ao título da série.

Área de condiciones de acceso y uso

Condiciones de acceso

O acesso aos nossos arquivos é totalmente liberado para jornalisats, pesquisadores, graduandos, mestrandos e doutorandos.

Condiciones

O acervo está totalmente organizado sem restrição material de acesso

Idioma del material

  • español
  • inglés
  • portugués

Escritura del material

Notas sobre las lenguas y escrituras

Características físicas y requisitos técnicos

Em bom estado de conservação

Instrumentos de descripción

Quadro de Arranjo Guia da descrição arquivística

Área de materiales relacionados

Existencia y localización de originales

Por razões de segurança, os originais são mantidos em local não revelado.
o acervo na sua maioria cópias xerox, os originais do acervo estão em diferentes organizações e instituições de diferentes países Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile. Brasil -

Existencia y localización de copias

As cópias se encontram na sede do MJDH. Futuramente serão digitalizados e disponibilizados em nossa página web.

Unidades de descripción relacionadas

Área de notas

Notas

A organização inicial foi levada a efeito pelo Prof. Jorge Vivar, arquivista e professor na Faculdade de Arquivologia da UFRGS. E, segue sob a orientação de profissional com formação especifica da área de arquivologia.

Puntos de acceso

Puntos de acceso por lugar

Puntos de acceso por autoridad

Área de control de la descripción

Identificador de la descripción

BR

Identificador de la institución

MJDH

Reglas y/o convenciones usadas

Estado de elaboración

Revisado

Nivel de detalle

Básico

Fechas de creación revisión eliminación

Creación: marzo de 2013
Actualización: noviembre de 2019

Idioma(s)

  • español

Escritura(s)

Fuentes

. Questionário do IPPDH
. Descricão Arquivítica| : Jorge Eduardo Enríquez Vivar
. Formulario IPPDH de Actualización

Área de Ingreso