Historia
O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) foi fundado em 25 de março de 1979, como proposta de conclusão do I Seminário de Justiça e Direitos Humanos, realizado no Colégio Anchieta (Porto Alegre/RS) entre os dias 24 e 25 de março do mesmo ano. Neste contexto de cerceamento das liberdades democráticas e, a forte onda repressiva que impelia militantes políticos ao exílio, fez surgir a necessidade de uma organização – ainda que informal e até certo modo precária – capaz de criar condições para a saída do país dos perseguidos pela ditadura brasileira e de países vizinhos. Assim, um grupo formado por amigos e simpatizantes políticos dava inicio, a uma série de atividades clandestinas com a finalidade de enviar perseguidos políticos ao exterior. As reuniões que definiriam a elaboração do I Seminário de Justiça e Direitos Humanos aconteceram no verão de 1979, na sede do Movimento Familiar Cristão. Nelas, compareciam cerca de 35 militantes dos direitos humanos, chamado de “ grupo-base”. Os articuladores principais eram o padre Albano Trinks, Jair Krischke e, o juiz Celso Gaiger. A organização do evento que fundou o MJDH durou aproximadamente dois meses e redundou no seminário ocorrido nos dias 24 e 25 de março desse ano, no Colégio Anchieta. Participaram das discussões e da mesa final, cento e vinte e oito pessoas, quando foi proposta a fundação de uma organização da sociedade civil de cunho cristão, voltadas para a luta contra as injustiças sociais e políticas. Com a proposição e aprovação de um “documento – manifesto” que deu as bases para o estatuto da instituição – escrito por Manuel André da Rocha, Antonio Allgayer e outros, era fundado o Movimento de Justiça e Direitos Humanos. A partir de 1979, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos passou a atuar fortemente em diferentes áreas, tanto na proteção aos direitos cidadãos individuais e coletivos no Rio Grande do Sul e no Cone Sul da América – sobretudo enquanto as ditaduras e o terrorismo de Estado oprimiam os povos da região. Trabalhou no acompanhamento e auxílio aos casos de perseguidos políticos (em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas – ACNUR). Seus vínculos com a Ordem dos Advogados do Brasil, a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, o SERPAJ, a organização Madres de Plaza de Mayo (Argentina) entre outras, criaram uma rede de apoio e solidariedade responsável por denunciar e agir diretamente contra as violações de Direitos Humanos no continente. Mais tarde, já sob a proteção dos regimes democráticos, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos integrou-se à nova ordem política, tanto na ação de desmanche das estruturas repressivas consolidadas pelas ditaduras, quanto nos processos de reparação histórica e criação de uma consciência cidadã e democrática. No final dos anos 80 e durante as duas décadas seguintes, a organização atuou fortemente na luta contra problemas crônicos da América Latina, a saber: o racismo, a acumulação agrária e o cerceamento ao direito à moradia, a violência policial, o massacre à cultura indígena etc. Algumas destas bandeiras de luta ainda hoje são levantadas pela instituição. Desde 1984, a entidade entrega o Prêmio “’Direitos Humanos de Jornalismo’’, que visa prestigiar as matérias jornalísticas mais relevantes em torno da defesa dos direitos fundamentais e da dignidade humana. A premiação é anual e destinada a profissionais e acadêmicos de Jornalismo.
Nestes últimos anos, o trabalho desenvolvido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos vem se ampliando, inserindo-se em atividades de defesa dos direitos dos cidadãos ligados ao meio ambiente, os direitos dos excluídos, contra a desigualdade racial, contra a violência dos aparelhos de repressão estatal, entre tantos outros.
Estructura administrativa
Conselho diretivo, composto por dez membros. Entre eles, presidente, secretário e tesoureiro.