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Política Operária (POLOP) - Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (ORM-POLOP) ***
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Dates of existence
1961-1985
History
Contando com raízes na Juventude Socialista do Partido Socialista Brasileiro (PSB), a Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (ORM-POLOP), ou POLOP, como usualmente é chamada, foi fundada em Congresso realizado em janeiro de 1961, entre os dias 16 e 19, em Jundiaí, interior do estado de São Paulo.
Quando de seu Congresso de fundação, a ORM-POLOP contava com cerca de vinte delegados representando aproximadamente 100 militantes oriundos de diversos grupos e setores das esquerdas. Entre seus fundadores estavam membros da Juventude Socialista, da Guanabara; da Liga Socialista e da Juventude Trabalhista, a “Mocidade Trabalhista”, de Minas Gerais; do Partido Socialista Brasileiro (PSB); da Liga Socialista de São Paulo; alguns trotskistas e dissidentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e de muitos militantes independentes.
As suas influências eram variadas, de August Talheimer, dirigente do Partido Comunista Alemão nos anos 1920, a Nicolai Bukharin, além das leituras de Marx, Lênin e Rosa Luxemburgo, defendendo um programa socialista para o Brasil por meio da organização dos trabalhadores.
No Brasil, teve como um de seus principais mentores intelectuais Eric Czackes Sachs (1922, Viena – 1986, Rio de Janeiro), que chegou ao país como imigrante em 1939. Preso no Rio de Janeiro em 1969 pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Sachs conseguiu sair do Brasil em 1970, retornando no ano de 1980, quando se integrou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Eric Sachs foi autor de vários textos de caráter político-doutrinário, assinando-se também como Eurico Mendes e Ernesto Martins. Entre 1962 e 1964, a POLOP foi responsável pelo jornal “Política Operária”, então vendido nas bancas de jornal. Na década de 1970, lançou a revista “Marxismo Militante”. No exílio, a OCML-PO editou, durante certo tempo, em conjunto com a Ação Popular (AP) Socialista e o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), a revista de debates teóricos “Brasil Socialista”.
Com a eclosão do golpe civil-militar, em 1964, a POLOP necessitou submeter a uma NOVA fase suas propostas de independência dos trabalhadores em relação ao reformismo representado pelo PCB e à corrente nacionalista, assim como a defesa da revolução socialista. Foi na tentativa de adequar a sua estratégia política às condições de luta contra a ditadura, por meio da utilização do foco guerrilheiro, que a organização depositou suas energias na segunda metade dos anos sessenta. Como para outros agrupamentos do período, o caminho da opção e prática da luta armada não foi fácil e a POLOP sofreu cisões nessa trajetória, dando origem a várias outras organizações: Comando de Libertação Nacional (COLINA), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Partido Operário Comunista (POC), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-PALMARES), Organização de Combate Marxista-Leninista – Política Operária (OCML-PO), também conhecida como “nova POLOP”, Movimento Comunista Revolucionário (MCR), Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP).
No ano de 1964, logo após o golpe que derrubou o governo do presidente João Goulart, a POLOP tentou articular uma guerrilha contra a ditadura, no Vale do Rio Doce, mas foi abortada ainda na fase de planejamento, em Copacabana, pelo Centro de Informações da Marinha (CENIMAR). O pejorativamente chamado “Foco de Copacabana”, portanto, foi a tentativa frustrada da POLOP de organizar uma resistência armada à ditadura militar, cujos planos foram descobertos por agentes policiais infiltrados ainda na fase preparatória, tendo seus participantes sido presos e torturados.
O entendimento do episódio do Foco de Copacabana deve ser buscado na própria trajetória da POLOP, mais especificamente em sua atuação junto aos militares de baixa patente no período anterior a 1964, uma vez essa organização haver tido participação influente no movimento dos marinheiros e sargentos no período que antecedeu o golpe, ganhando com isso um expressivo contingente de militantes de origem militar. Esse projeto de guerrilha no Vale do Rio Doce deu origem, em 1967, à chamada Guerrilha do Caparaó, liderada por militantes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR).
A definição da POLOP a respeito da luta armada foi um dos temas mais controversos das discussões de seu IV Congresso, realizado em setembro de 1967. Enquanto alguns achavam insuficientes os preparativos efetivos para o desencadeamento da guerrilha, outros defendiam a necessidade do trabalho junto aos sindicatos, abandonando o projeto guerrilheiro. Foi a partir desse ano que uma cisão da POLOP deu origem ao COLINA, em Minas Gerais, enquanto, em São Paulo, uma ala esquerda da organização uniu-se a militantes remanescentes do Movimento Nacional Revolucionário (MNR) para constituir a VPR.
Em 1969, remanescentes da VPR e do COLINA se uniram para formar a VAR-PALMARES. Por fim, os militantes restantes se aproximaram da Dissidência Leninista do PCB, no Rio Grande do Sul, para criar o Partido Operário Comunista (POC).
Em abril de 1970, um grupo de militantes desligou-se do POC para voltar a constituir a POLOP, passando a condenar as ações armadas e realizar um trabalho doutrinário junto aos operários e rebatizando sua organização como Organização de Combate Marxista-Leninista - Política Operária (OCML-PO), ou “nova POLOP”. A partir de 1969, com a criação, em São Paulo, da Operação Bandeirante (Oban), acirrou-se ainda mais a perseguição aos quadros militantes.
Em 1976, o Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP) surgiu a partir de um grupo carioca da POLOP, denominado Fração Bolchevique.
Em 1983, a OCML-PO aderiu ao Partido dos Trabalhadores, de início mantendo-se como uma organização autônoma, até 1985, quando se deu por extinta.
Dentre ex-militantes de maior notoriedade da POLOP, citam-se Theotônio dos Santos, Ruy Mauro Marini, Moniz Bandeira, Vânia Bambirra, Michael Lowy, Eder Sader, Emir Sader, Nilmário Miranda, Carlos Tiburcio, Orlando Miranda, Victor Meyer e Otavino Alves da Silva.
Quando de seu Congresso de fundação, a ORM-POLOP contava com cerca de vinte delegados representando aproximadamente 100 militantes oriundos de diversos grupos e setores das esquerdas. Entre seus fundadores estavam membros da Juventude Socialista, da Guanabara; da Liga Socialista e da Juventude Trabalhista, a “Mocidade Trabalhista”, de Minas Gerais; do Partido Socialista Brasileiro (PSB); da Liga Socialista de São Paulo; alguns trotskistas e dissidentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e de muitos militantes independentes.
As suas influências eram variadas, de August Talheimer, dirigente do Partido Comunista Alemão nos anos 1920, a Nicolai Bukharin, além das leituras de Marx, Lênin e Rosa Luxemburgo, defendendo um programa socialista para o Brasil por meio da organização dos trabalhadores.
No Brasil, teve como um de seus principais mentores intelectuais Eric Czackes Sachs (1922, Viena – 1986, Rio de Janeiro), que chegou ao país como imigrante em 1939. Preso no Rio de Janeiro em 1969 pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Sachs conseguiu sair do Brasil em 1970, retornando no ano de 1980, quando se integrou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Eric Sachs foi autor de vários textos de caráter político-doutrinário, assinando-se também como Eurico Mendes e Ernesto Martins. Entre 1962 e 1964, a POLOP foi responsável pelo jornal “Política Operária”, então vendido nas bancas de jornal. Na década de 1970, lançou a revista “Marxismo Militante”. No exílio, a OCML-PO editou, durante certo tempo, em conjunto com a Ação Popular (AP) Socialista e o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), a revista de debates teóricos “Brasil Socialista”.
Com a eclosão do golpe civil-militar, em 1964, a POLOP necessitou submeter a uma NOVA fase suas propostas de independência dos trabalhadores em relação ao reformismo representado pelo PCB e à corrente nacionalista, assim como a defesa da revolução socialista. Foi na tentativa de adequar a sua estratégia política às condições de luta contra a ditadura, por meio da utilização do foco guerrilheiro, que a organização depositou suas energias na segunda metade dos anos sessenta. Como para outros agrupamentos do período, o caminho da opção e prática da luta armada não foi fácil e a POLOP sofreu cisões nessa trajetória, dando origem a várias outras organizações: Comando de Libertação Nacional (COLINA), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Partido Operário Comunista (POC), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-PALMARES), Organização de Combate Marxista-Leninista – Política Operária (OCML-PO), também conhecida como “nova POLOP”, Movimento Comunista Revolucionário (MCR), Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP).
No ano de 1964, logo após o golpe que derrubou o governo do presidente João Goulart, a POLOP tentou articular uma guerrilha contra a ditadura, no Vale do Rio Doce, mas foi abortada ainda na fase de planejamento, em Copacabana, pelo Centro de Informações da Marinha (CENIMAR). O pejorativamente chamado “Foco de Copacabana”, portanto, foi a tentativa frustrada da POLOP de organizar uma resistência armada à ditadura militar, cujos planos foram descobertos por agentes policiais infiltrados ainda na fase preparatória, tendo seus participantes sido presos e torturados.
O entendimento do episódio do Foco de Copacabana deve ser buscado na própria trajetória da POLOP, mais especificamente em sua atuação junto aos militares de baixa patente no período anterior a 1964, uma vez essa organização haver tido participação influente no movimento dos marinheiros e sargentos no período que antecedeu o golpe, ganhando com isso um expressivo contingente de militantes de origem militar. Esse projeto de guerrilha no Vale do Rio Doce deu origem, em 1967, à chamada Guerrilha do Caparaó, liderada por militantes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR).
A definição da POLOP a respeito da luta armada foi um dos temas mais controversos das discussões de seu IV Congresso, realizado em setembro de 1967. Enquanto alguns achavam insuficientes os preparativos efetivos para o desencadeamento da guerrilha, outros defendiam a necessidade do trabalho junto aos sindicatos, abandonando o projeto guerrilheiro. Foi a partir desse ano que uma cisão da POLOP deu origem ao COLINA, em Minas Gerais, enquanto, em São Paulo, uma ala esquerda da organização uniu-se a militantes remanescentes do Movimento Nacional Revolucionário (MNR) para constituir a VPR.
Em 1969, remanescentes da VPR e do COLINA se uniram para formar a VAR-PALMARES. Por fim, os militantes restantes se aproximaram da Dissidência Leninista do PCB, no Rio Grande do Sul, para criar o Partido Operário Comunista (POC).
Em abril de 1970, um grupo de militantes desligou-se do POC para voltar a constituir a POLOP, passando a condenar as ações armadas e realizar um trabalho doutrinário junto aos operários e rebatizando sua organização como Organização de Combate Marxista-Leninista - Política Operária (OCML-PO), ou “nova POLOP”. A partir de 1969, com a criação, em São Paulo, da Operação Bandeirante (Oban), acirrou-se ainda mais a perseguição aos quadros militantes.
Em 1976, o Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP) surgiu a partir de um grupo carioca da POLOP, denominado Fração Bolchevique.
Em 1983, a OCML-PO aderiu ao Partido dos Trabalhadores, de início mantendo-se como uma organização autônoma, até 1985, quando se deu por extinta.
Dentre ex-militantes de maior notoriedade da POLOP, citam-se Theotônio dos Santos, Ruy Mauro Marini, Moniz Bandeira, Vânia Bambirra, Michael Lowy, Eder Sader, Emir Sader, Nilmário Miranda, Carlos Tiburcio, Orlando Miranda, Victor Meyer e Otavino Alves da Silva.
Places
Legal status
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Mandates/sources of authority
Internal structures/genealogy
General context
Relationships area
Control area
Description identifier
BR
Institution identifier
Rules and/or conventions used
Status
Revised
Level of detail
Minimal
Dates of creation, revision and deletion
01/08/2014
Language(s)
Script(s)
Sources
. Arquivo da Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ). LPS – IFCS – UFRJ. Política Operária. Clique
. SALES, Jean Rodrigues. A Organização Revolucionária Marxista-Política Operária e a Revolução Cubana nos anos 1960. História e Perspectivas, Universidade Federal de Uberlância, n. 48, p. 313-334, jan./jun. 2013. Clique
. COELHO, Eurelino; SANTOS, Igor Gomes. Para a história da POLOP (1961-1983): debate historiográfico e apontamentos iniciais de pesquisa. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho 2011. Clique
. BRASIL. Arquivo Nacional – Sistema de Informações do Arquivo Nacional – SIAN. Política Operária. Clique
. Pesquisa e revisâo: Silvia Simões , Jorge E. E. Vivar , Graciela Karababakian
. SALES, Jean Rodrigues. A Organização Revolucionária Marxista-Política Operária e a Revolução Cubana nos anos 1960. História e Perspectivas, Universidade Federal de Uberlância, n. 48, p. 313-334, jan./jun. 2013. Clique
. COELHO, Eurelino; SANTOS, Igor Gomes. Para a história da POLOP (1961-1983): debate historiográfico e apontamentos iniciais de pesquisa. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho 2011. Clique
. BRASIL. Arquivo Nacional – Sistema de Informações do Arquivo Nacional – SIAN. Política Operária. Clique
. Pesquisa e revisâo: Silvia Simões , Jorge E. E. Vivar , Graciela Karababakian
Maintenance notes
Jorge E. E. Vivar , Graciela Karababakian