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Fondo RIO,XX F3 - Política Operária

Área de identidad

Código de referencia

BR RJAN RIO,XX F3

Título

Política Operária

Fecha(s)

  • 1960 - 2009 (Creación)

Nivel de descripción

Fondo

Volumen y soporte

Extent
Bibliográfico(s) -sem especificação - 11 m; Textual(is) -sem especificação - 0,36 m lineares.

Área de contexto

Nombre del productor

Política Operária (POLOP) - Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (ORM-POLOP) *** (1961-1985)

Historia administrativa

Contando com raízes na Juventude Socialista do Partido Socialista Brasileiro (PSB), a Organização Revolucionária Marxista-Política Operária (ORM-POLOP), ou POLOP, como usualmente é chamada, foi fundada em Congresso realizado em janeiro de 1961, entre os dias 16 e 19, em Jundiaí, interior do estado de São Paulo.
Quando de seu Congresso de fundação, a ORM-POLOP contava com cerca de vinte delegados representando aproximadamente 100 militantes oriundos de diversos grupos e setores das esquerdas. Entre seus fundadores estavam membros da Juventude Socialista, da Guanabara; da Liga Socialista e da Juventude Trabalhista, a “Mocidade Trabalhista”, de Minas Gerais; do Partido Socialista Brasileiro (PSB); da Liga Socialista de São Paulo; alguns trotskistas e dissidentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, e de muitos militantes independentes.
As suas influências eram variadas, de August Talheimer, dirigente do Partido Comunista Alemão nos anos 1920, a Nicolai Bukharin, além das leituras de Marx, Lênin e Rosa Luxemburgo, defendendo um programa socialista para o Brasil por meio da organização dos trabalhadores.
No Brasil, teve como um de seus principais mentores intelectuais Eric Czackes Sachs (1922, Viena – 1986, Rio de Janeiro), que chegou ao país como imigrante em 1939. Preso no Rio de Janeiro em 1969 pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Sachs conseguiu sair do Brasil em 1970, retornando no ano de 1980, quando se integrou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Eric Sachs foi autor de vários textos de caráter político-doutrinário, assinando-se também como Eurico Mendes e Ernesto Martins. Entre 1962 e 1964, a POLOP foi responsável pelo jornal “Política Operária”, então vendido nas bancas de jornal. Na década de 1970, lançou a revista “Marxismo Militante”. No exílio, a OCML-PO editou, durante certo tempo, em conjunto com a Ação Popular (AP) Socialista e o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), a revista de debates teóricos “Brasil Socialista”.
Com a eclosão do golpe civil-militar, em 1964, a POLOP necessitou submeter a uma NOVA fase suas propostas de independência dos trabalhadores em relação ao reformismo representado pelo PCB e à corrente nacionalista, assim como a defesa da revolução socialista. Foi na tentativa de adequar a sua estratégia política às condições de luta contra a ditadura, por meio da utilização do foco guerrilheiro, que a organização depositou suas energias na segunda metade dos anos sessenta. Como para outros agrupamentos do período, o caminho da opção e prática da luta armada não foi fácil e a POLOP sofreu cisões nessa trajetória, dando origem a várias outras organizações: Comando de Libertação Nacional (COLINA), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Partido Operário Comunista (POC), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-PALMARES), Organização de Combate Marxista-Leninista – Política Operária (OCML-PO), também conhecida como “nova POLOP”, Movimento Comunista Revolucionário (MCR), Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP).
No ano de 1964, logo após o golpe que derrubou o governo do presidente João Goulart, a POLOP tentou articular uma guerrilha contra a ditadura, no Vale do Rio Doce, mas foi abortada ainda na fase de planejamento, em Copacabana, pelo Centro de Informações da Marinha (CENIMAR). O pejorativamente chamado “Foco de Copacabana”, portanto, foi a tentativa frustrada da POLOP de organizar uma resistência armada à ditadura militar, cujos planos foram descobertos por agentes policiais infiltrados ainda na fase preparatória, tendo seus participantes sido presos e torturados.
O entendimento do episódio do Foco de Copacabana deve ser buscado na própria trajetória da POLOP, mais especificamente em sua atuação junto aos militares de baixa patente no período anterior a 1964, uma vez essa organização haver tido participação influente no movimento dos marinheiros e sargentos no período que antecedeu o golpe, ganhando com isso um expressivo contingente de militantes de origem militar. Esse projeto de guerrilha no Vale do Rio Doce deu origem, em 1967, à chamada Guerrilha do Caparaó, liderada por militantes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR).
A definição da POLOP a respeito da luta armada foi um dos temas mais controversos das discussões de seu IV Congresso, realizado em setembro de 1967. Enquanto alguns achavam insuficientes os preparativos efetivos para o desencadeamento da guerrilha, outros defendiam a necessidade do trabalho junto aos sindicatos, abandonando o projeto guerrilheiro. Foi a partir desse ano que uma cisão da POLOP deu origem ao COLINA, em Minas Gerais, enquanto, em São Paulo, uma ala esquerda da organização uniu-se a militantes remanescentes do Movimento Nacional Revolucionário (MNR) para constituir a VPR.
Em 1969, remanescentes da VPR e do COLINA se uniram para formar a VAR-PALMARES. Por fim, os militantes restantes se aproximaram da Dissidência Leninista do PCB, no Rio Grande do Sul, para criar o Partido Operário Comunista (POC).
Em abril de 1970, um grupo de militantes desligou-se do POC para voltar a constituir a POLOP, passando a condenar as ações armadas e realizar um trabalho doutrinário junto aos operários e rebatizando sua organização como Organização de Combate Marxista-Leninista - Política Operária (OCML-PO), ou “nova POLOP”. A partir de 1969, com a criação, em São Paulo, da Operação Bandeirante (Oban), acirrou-se ainda mais a perseguição aos quadros militantes.
Em 1976, o Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP) surgiu a partir de um grupo carioca da POLOP, denominado Fração Bolchevique.
Em 1983, a OCML-PO aderiu ao Partido dos Trabalhadores, de início mantendo-se como uma organização autônoma, até 1985, quando se deu por extinta.
Dentre ex-militantes de maior notoriedade da POLOP, citam-se Theotônio dos Santos, Ruy Mauro Marini, Moniz Bandeira, Vânia Bambirra, Michael Lowy, Eder Sader, Emir Sader, Nilmário Miranda, Carlos Tiburcio, Orlando Miranda, Victor Meyer e Otavino Alves da Silva.

Institución Depositaria

Historia archivística

Organização que se autodeclarava revolucionária marxista de orientação radical, fundada em janeiro de 1961, entre os dias 16 e 19, em Jundiaí, interior do estado de São Paulo, quando assumiu o nome Política Operária, conhecida pela sigla POLOP. Defendia um programa socialista para o Brasil, por meio da organização dos trabalhadores, inspirado em ideólogos alemães como Rosa Luxemburgo, Franz Mehring e August Thalheimer. No Brasil, teve como um de seus mentores Eric Czackes Sachs (1922, Viena - 1986, Rio de Janeiro), que chegou ao país como imigrante em 1939, preso no Rio de Janeiro em 1969 pelo DOPS, que conseguiu sair do país em 1970 e retornou em 1980, integrando-se ao Partido dos Trabalhadores. Eric Sachs foi autor de vários textos de caráter político-doutrinário. Assinava-se também Eurico Mendes e Ernesto Martins. Entre 1962 e 1964, a POLOP foi responsável pelo jornal Política Operária, então vendido nas bancas de jornal. Na década de 1970, lançou a revista Marxismo Militante. Na década de 1960, influenciou grupos políticos e o movimento estudantil e operário, com maior atuação no ABC paulista. Reprimida na década seguinte por órgãos da polícia política, como DOPS, Polícia Federal e OBAN, perdeu quadros e sofreu divisão interna. Tendências e dissidências da POLOP teriam dado origem, a partir de 1968, ao Partido Operário Comunista (POC), à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e ao Comando de Libertação Nacional (COLINA ou Comandos). Em 1983, aderiu ao Partido dos Trabalhadores, de início mantendo-se como uma organização autônoma até 1985 quando se deu por extinta. Dentre ex-militantes de maior notoriedade, citam-se Theotônio dos Santos, Ruy Mauro Marini, Moniz Bandeira, Vânia Bambirra, Michael Lowy, Eder Sader, Emir Sader, Nilmário Miranda, Carlos Tiburcio, Orlando Miranda, Victor Meyer, Otavino Alves da Silva.

Origen del ingreso o transferencia

O acervo produzido pela POLOP encontrava-se em 2009 distribuído por diversas localidades: em Salvador, Bahia, no Centro de Estudos Victor Meyer; em Feira de Santana, Bahia, no Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais (LABELU) da Universidade Estadual de Feira de Santana, doado àquela instituição em 29 de maio de 2009 (cerca de 1,50 metros); em Belo Horizonte, Minas Gerais; em Pernambuco, no Núcleo de Documentação sobre Movimentos Sociais (NUDOC) da Universidade Federal de Pernambuco; em São Paulo, no Centro de Documentação e Memória da Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita Filho (CEDEM-UNESP); em Campinas, na UNICAMP, no Arquivo Edgard Leuenroth (AEL); no Rio de Janeiro, em casa de particulares, sob a custódia do Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ), no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Em São Paulo, no CEDEM, sob o título POLOP, estaria o acervo mais representativo da organização, concentrando o arquivo do Setor de Organização Nacional (SON), sob a forma de microfilme, cujos originais, após fotografados entre 1970 e 1978, foram destruídos. Os filmes foram doados em março de 2005. Em Feira de Santana, a maior concentração do acervo. O termo de doação ao Arquivo Nacional foi assinado em 1 de abril de 2010, cujo extrato foi publicado no DOU, Seção 3, ano 147, n. 68, de 12 de abril de 2010, tendo sido acertada a entrada paulatina dos documentos [cf. processo 00320. 000039/2009-51 (entrada) e processo 00320.000382/2009-03 (assistência técnica)]. A doação contou com uma lista, conferida, dos documentos doados.

Área de contenido y estructura

Alcance y contenido

Declarações e resoluções de congressos, conferências, artigos, jornais, revistas, boletins internos, tribunas de debate, depoimentos e a biblioteca Erico Sachs-Alice Werner.

Valorización, destrucción y programación

Arquivo Permanente.

Acumulaciones

Sistema de arreglo

O acervo está 100% identificado e organizado. Os procedimentos técnicos de organização arquivística encontram-se normalizados, e seguem as normas ISAD-G. O acervo conta com um guia como instrumento de pesquisa.

Área de condiciones de acceso y uso

Condiciones de acceso

Sim restrição de acesso.

Condiciones

Idioma del material

Escritura del material

Notas sobre las lenguas y escrituras

Características físicas y requisitos técnicos

Instrumentos de descripción

Área de materiales relacionados

Existencia y localización de originales

Existencia y localización de copias

Unidades de descripción relacionadas

Na Instituição: Ernesto Germano Parés -BR RJANRIO,XX FJ -

Área de notas

Puntos de acceso

Puntos de acceso por materia

Puntos de acceso por lugar

Área de control de la descripción

Identificador de la descripción

BR

Identificador de la institución

Reglas y/o convenciones usadas

Estado de elaboración

Revisado

Nivel de detalle

Básico

Fechas de creación revisión eliminación

13/05/2013

Idioma(s)

  • español
  • portugués

Escritura(s)

Fuentes

Foram utilizadas como fontes para essa descrição:
O site do Arquivo Nacional:
O questionário respondido pelo Arquivo Nacional.
O livro "Arquivos do Brasil sobre a repressão política na ditadura militar (1964-1985)", do Arquivo Nacional.

Área de Ingreso