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Fundos ,XX F5 - Brasil Urgente

Zona de identificação

Código de referência

BR RJAN ,XX F5

Título

Brasil Urgente

Data(s)

  • 1963 - 1964 (Produção)

Nível de descrição

Fundos

Dimensão e suporte

Extent
Bibliográfico(s) -periódico(s) - 55 item(ns); Iconográfico(s) -cartaz(es) - 1 item(ns); Iconográfico(s) -fotografia(s) - 21 item(ns); Textual(is) -sem especificação - 0,05 m.

Área de contextualização

Nome do produtor

Jornal Brasil Urgente - Sociedade Anônima Veritas *** (1963 - 1964)

História administrativa

O jornal Brasil, Urgente foi lançado em São Paulo no dia 17 de março de 1963 e durou até abril de 1964, quando foi fechado devido ao golpe civil-militar. Ao todo foram 55 números. Ele manteve, ao longo de toda a sua duração, o formato tablóide e média de vinte páginas. Contou com diversos colunistas nas áreas de política brasileira, cultura, economia, política exterior e humor. Havia uma equipe fixa e outros que escreviam eventualmente.
O movimento Brasil, Urgente foi originalmente inspirado na imprensa católica clandestina durante a França ocupada pelos nazistas. Esse movimento fundador também teve embasamento em Emmanuel Mounier e Jacques Maritain, dentre outros. De igual modo, foi influenciado pela renovação das relações entre a Igreja e a sociedade, como o movimento de cristãos no mundo do trabalho, feito, sobretudo, pela Juventude Operária Católica (JOC) e pelos padres operários.
Dentre os colunistas e demais pessoas que contribuíram para o jornal estão Dorian Jorge Freire; Ruy do Espírito Santo; Roberto Freire; frei Carlos Josaphat; Paulo Emílio (cinema); Carlos Fernades (TV); Walter Negrão (TV); Aracy Amaral (artes plásticas); Arapuã e Claudius (humor); Franco Paulino (música popular); Paulo Mendonça (teatro); Luis Lopes Coelho; Fábio Konder Comparato; Carlos Heitor Cony; Alceu Amoroso Lima; Dorothy Day; Rui Costa Duarte (repórter); Francisco Ferreira Whitaker (cartilha da reforma agrária); Dom Jerônimo Cavalcante; padre Jaime Snoek; Antônio Abujamra; Pompílio Diniz; Lígia Fagundes Telles; Oswaldo Resende Júnior; Vitor Rego; Glezio Rocha; Hilário Correia (repórter); Fausto Figueira de Melo; Barbosa Lima Sobrinho; Zélia Ladeira Veras; Padre Milton Amaral; A. F. Cesarino Júnior; Luiz José de Mesquita; Alfredo Bosi; Ecléa Bosi; Murilo Mendes.
O movimento de cristãos que se traduziu no jornal Brasil, Urgente iniciou-se em 1961, com as palestras de frei Carlos Josaphat, no convento dominicano das Perdizes, em São Paulo. Delas participavam políticos e representantes da intelectualidade paulistana e, ainda, contavam com ouvintes de outros estados em passagem por São Paulo. Dentre os participantes, podemos citar o governador de Pernambuco Miguel Arraes e o deputado e ministro de João Goulart, Paulo de Tarso. As missas dos dominicanos também eram muito concorridas: suas homilias e palestras eram ouvidas por cerca de mil pessoas.
A organização efetiva do jornal começou no ano de 1962, e as bases para esse grande projeto foram construídas ao longo desse ano. A principal tarefa empreendida foi a reunião de 8.000 acionistas para a constituição da Sociedade Anônima Veritas, que é o lema da Ordem dos Dominicanos. Entre os meses de abril de 1963 e abril de 1964 ele funcionou como jornal semanal presente nas bancas de todo o país, com a edição de 60.000 exemplares e venda de 80%, ou seja, 48.000 exemplares do jornal eram vendidos em todo o Brasil.
O movimento Brasil, Urgente teve, portanto, dois anos de vida: o primeiro de sua gestação, em 1962 até março de 1963, e o segundo da sua circulação como jornal semanal, de março de 1963 até abril de 1964.
No contexto do Concílio Vaticano II, que estava na sua segunda sessão e pelas disputas, no Brasil, pelas Reformas de Base, frei Carlos Josaphat escreveu o Credo Social Cristão, que se constituiu na definição da identidade do jornal e, ainda, num eixo definidor de identidade da esquerda católica e do movimento amplo do cristianismo da libertação.
A partir de dezembro de 1963, o Jornal Brasil, Urgente interveio de modo cada vez mais contundente nas disputas que se travavam em torno ao governo de João Goulart, período este em que frei Carlos Josaphat partiu para a França contra a sua vontade: ele foi forçado a sair do país por causa de sua militância e da eficiência do jornal, do qual ele foi um dos principais articuladores, como um instrumento de combate para as esquerdas. Sua partida impôs ao jornal maiores dificuldades para a sua manutenção, e, para superar a precariedade que levaria à impossibilidade de circulação, foi criada em algumas cidades brasileiras e na França a Sociedade dos Amigos do Brasil, Urgente (SABU), que promovia trabalhos voluntários, atos a favor do Jornal Brasil Urgente, além de formular estratégias para conseguir fundos, etc. A fundação da SABU revela que o jornal era reconhecido como um instrumento legítimo e necessário para os setores de esquerda e, sobretudo, para a esquerda católica. Muitos desses setores manifestaram solidariedade ao jornal: União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE) e Sindicatos, por exemplo.
O Jornal Brasil, Urgente, foi editado até o número cinquenta e cinco, de 28 de março a 3 de abril de 1964, quando foi fechado devido ao golpe civil-militar desse ano.

História do arquivo

O movimento de cristãos que se traduziu no jornal Brasil, Urgente iniciou-se em 1961 com as palestras de Frei Carlos Josaphat no convento dominicano das Perdizes. Elas eram grandes momentos entre a intelectualidade paulistana e, ainda, contavam com ouvintes de outros estados em passagem por São Paulo. Dentre os participantes podemos citar o governador de Pernambuco Miguel Arraes e o deputado e ministro de João Goulart Paulo de Tarso. As missas dos dominicanos também eram muito concorridas. Suas homilias e palestras eram ouvidas por cerca de 1.000 pessoas. A organização efetiva do jornal começou no ano de 1962. As bases para esse grande projeto foram construídas ao longo desse ano. A principal tarefa empreendida foi a reunião de 8.000 acionistas para a constituição da sociedade anônima Veritas, que é o lema da Ordem dos Dominicanos. Entre os meses de abril de 1963 e abril de 1964 ele funcionou como jornal semanal presente nas bancas de todo o país e em outros países. O movimento Brasil, Urgente teve, portanto, dois anos de vida: o primeiro de sua gestação, em 1962 até março de 1963, e o segundo da sua existência efetiva como jornal semanal, de março de 1963 até abril de 1964. (Wellington Teodoro da Silva - PUC Minas / UFJF - O Jornal Brasil, Urgente e a revolução brasileira) . A primeira Edição do Jornal Brasil Urgente foi lançada no dia 17 de março de 1963 em São Paulo e a última abril de 1964 quando foi pelo golpe militar de 64. Foram publicados 55 números. . Contou com diversos colunistas nas áreas de política brasileira, cultura, economia, política exterior e humor.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

O acervo foi doado por Fausto Figueira de Melo Júnior, filho de um dos fundadores do jornal, Fausto Figueira de Melo. Os exemplares impressos foram encaminhados à Biblioteca do Arquivo Nacional, para custódia e recuperação pelo SYSBIBLI.

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Volumes (dois) encadernados, contendo exemplares do jornal Brasil Urgente, além de alguns materiais relacionados às matérias publicadas ou às atividades da empresa jornalística, tais como fotos, textos e cartaz. Os primeiros 24 números noticiaram e interpretaram as contradições sociais, políticas e econômicas daquele momento, através de noticias, editoriais, colunistas etc. . Frei Josaphat fundador do sema nario analisou aspectos da política e da economia, os movimentos sociais e as questões referentes à Igreja católica nos ensinamentos e ações. Nos números 25 a 39, intensificaram-se as matérias de conteúdo político e econômico, de militância, sobre movimentos sociais, denúncia do capitalismo a partir da Doutrina Social da Igreja Católica. A partir do número 40 até o último número 55, quando o Jornal foi fechado por causa do golpe militar, se reconheceu o Jornal viveu as últimas 15 semanas do Governo João Goulart. O Jornal empenhou-se nessas disputas e resitencia ao golpe militar . Frei Josaphat partiu para o “exílio”, contra a própria vontade, forçado a sair por causa de sua militância e eficiência do Jornal.

Avaliação, selecção e eliminação

Arquivo Permanente.

Ingressos adicionais

Sistema de organização

O acervo está 100% identificado e organizado. Os procedimentos técnicos de organização arquivística encontram-se normalizados, e seguem as normas ISAD-G. Existe um instrumento de pesquisa no formato de guia, que pode ser acessado. • clique aqui

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Não há restrições de acesso.

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Zona de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Zona de notas

Pontos de acesso

Pontos de acesso - assunto

Pontos de acesso - lugares

Ponto de acesso - nome

Zona do controlo da descrição

Identificador da descrição

BR

identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

Estatuto

Revisto

Nível de detalhe

Parcial

Datas de criação, revisão, eliminação

Idioma(s)

  • espanhol
  • português

Script(s)

Fontes

Formulário do IPPDH respondido por
"O Jornal Brasil, Urgente e a revolução brasileira - Wellington Teodoro da Silva - PUC Minas / UFJF"
Revolução, tradição e religião. O catolicismo nas veredas da política – O Jornal Brasil, Urgente – 1963/64 João Batista Libanio FAJE

Zona da incorporação

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