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Vinculados con las graves violaciones a los derechos humanos ocurridas en el marco de las coordinaciones represivas del Cono Sur.

Antônio Carlos da Silva Muricy***

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Person

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Antônio Carlos da Silva Muricy***

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Dates of existence

08/06/1906 – 30/03/2000

History

Antônio Carlos da Silva Muricy – o “general Muricy” – nasceu em 8 de junho de 1906, em Curitiba, Paraná, e faleceu em 30 de março de 2000, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de José Cândido da Silva Muricy e Josefina Costa Carneiro. Foi casado em primeiras núpcias com Ondina Pires de Carvalho, e em segundas núpcias com Virgínia Ramos da Silva.
De intensa e ativa participação na articulação do golpe civil-militar de 1964 que depôs o presidente João Goulart, dentre suas atividades destaca-se as de Chefe do Estado-Maior do III Exército, em 1960-1961; Comandante da 7ª Região Militar, em 1964-1966; chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, em 1966-1969; chefe do Estado-Maior do Exército, em 1969-1970.
Também desenvolveu as seguintes atividades: Comandante do Terceiro Grupo de Obuses, em Cachoeira do Sul-Rio Grande do Sul (1946); assessor de gabinete do ministro da Guerra, Canrobert Pereira da Costa (1947-1950); assessor do adido militar nos Estados Unidos (1956-1958); comandante da Infantaria Divisionária da 7ª Região Militar, em Natal (1962-1963).
Com a análise da documentação concernente ao general Antônio Carlos Muricy custodiada pela Fundação Getúlio Vargas, vê-se seu grau de envolvimento com as forças golpistas que deflagraram o golpe civil-militar no Brasil. Dentre os documentos textuais – que compreendem documentos pessoais, atuação político-militar, diversos, e recortes de jornais – encontram-se, dentre outros, referências ao incidente que envolveu o general e o então deputado Leonel Brizola, em Natal, em maio de 1963; documentos referentes à “subversão” e à “guerra revolucionária”, elementos centrais da Doutrina de Segurança Nacional, produzidos pelos militares durante o período do governo Goulart; referências ao golpe civil-militar de 1964; os movimentos de oposição ao regime militar que o sucedeu; as sucessões estaduais de Pernambuco e Alagoas, em 1966; as reuniões entre Igreja e Estado para discussão de questões políticas e sobre a crise sucessória posterior à morte do presidente Costa e Silva.
Dentre os documentos audiovisuais, encontram-se documentos visuais como os da movimentação de tropas de Minas Gerais para o Rio de Janeiro; da “Parada da Vitória” em Pernambuco, em maio de 1964; conferências do general Muricy durante o governo militar e flagrantes de sua vida pública nesse período, destacando-se seus encontros com os ditadores Humberto Castelo Branco, Ernesto Geisel, e João Figueiredo e militares americanos e sul-americanos. Também há registros de sua trajetória militar, como seus estudos na Escola Militar, e sua atuação como instrutor no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva-CPOR, na Escola Superior de Guerra.
No acervo do Programa de História Oral da FGV/CPDOC, há uma entrevista com o general Antônio Carlos Muricy, realizada de 17 de fevereiro a 20 de maio de 1981, subdividida em 22 partes (entrevistas), com duração total de 57 h. 20 min., contando com 768 páginas. Há um Sumário onde se elencam todos os assuntos levantados em cada uma das entrevistas, e assim tem-se, dentre outras, a abordagem de temáticas como “Método de trabalho na Escola Superior de Guerra; áreas estratégicas; doutrina de segurança nacional e SNI; a política e a ESG” (8ª Entrevista); “Brizola e Jango; Jânio Quadros e a renúncia; as Forças Armadas e o congresso em relação a Jânio Quadros e a renúncia; Brizola” (11ª Entrevista); “Contatos com o general Golbery e com o IPES”, (13ª Entrevista); “Últimos preparativos para o levante; os civis na revolução; o IPES; general Golbery; os estados-maiores de Castelo Branco e de Costa e Silva na conspiração de 1964; levante em Minas Gerais” (14ª Entrevista); “Transferência para o Rio de Janeiro como comandante da 1ª Região Militar (1966); promoção a general-de-exército; no Departamento Geral do Pessoal; funções de general; o Exército americano e o Exército brasileiro; governo Castelo Branco; os radicais após a Revolução de 1964; as cassações; comentários sobre eleições; o AI-2; a arte da política; candidatura Costa e Silva; a questão das lideranças; política externa; morte de Castelo Branco; AI-5; governo Costa e Silva e estudos para uma nova constituição; Pedro Aleixo; agitações políticas no governo Costa e Silva” (18ª Entrevista); “Costa e Silva, comunicado de sua substituição; reunião do Alto Comando para escolha do general Médici; chegada do general Médici ao Rio de Janeiro; visita de Médici a Costa e Silva; reunião do Alto Comando para confirmar o nome do novo presidente e a nomeação do vice-presidente; escolha do ministério; a Emenda Constitucional nº 1; comentários sobre centralização de poder; critérios para a escolha do novo presidente; legitimação de Médici pelo Congresso; cassações; bodas de ouro do general Médici; o governo Médici; censura, informação e tortura; passando a chefia do Estado-Maior para o general Malan (1970); passagem para a reserva (1970); atividades empresariais na vida civil; estatização e livre empresa” (22ª Entrevista).
Diversos assuntos se repetem, e o material proporciona as informações dadas por um dos homens diretamente envolvido em conspirações e traições antes mesmo do golpe civil-militar, as ações para sua instalação e deflagração e o protagonismo de homens como Antônio Carlos Muricy na efetivação, sustentação e aperfeiçoamento da chamada por ele “Revolução de 64”.

Places

Legal status

Functions, occupations and activities

Em sua trajetória militar, Antônio Carlos Muricy ocupou, entre outros cargos, o de comandante do 3º Grupo de Obuses, sediado em Cachoeira do Sul (RS) (1946); assessor de gabinete do ministro da Guerra, Canrobert Pereira da Costa (1947-1950); assessor do adido militar da embaixada brasileira em Washington (1956-1958). Quando General foi chefe do Estado-Maior do III Exército (1960-1961) e comandante da Infantaria divisionária da 7ª Região Militar, sediada em Natal, Rio Grande do Norte (1962-1963). Destacou-se como articulador do movimento golpista que deflagrou a ditadura civil-militar de 1964. Durante o período ditatorial foi chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército (1966-1969) e chefe do Estado-Maior do Exército (EME) (1969-1970), participando, portanto, do auge do terror do Estado instalado com o Ato Institucional Nº 5 e o governo do ditador Emílio Garrastazu Médici.

Mandates/sources of authority

Internal structures/genealogy

General context

Relationships area

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Description identifier

BR

Institution identifier

Rules and/or conventions used

Status

Level of detail

Dates of creation, revision and deletion

01/08/2014

Language(s)

Script(s)

Sources

. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. FGV/CPDOC.
. Antônio Carlos Muricy. Guia dos Arquivos do CPDOC
. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. FGV/CPDOC. Entrevistas do Programa de História Oral. “MURICY, Antônio Carlos da Silva. Antônio Carlos Murici I (depoimento, 1981). Rio de Janeiro, CPDOC, 1993. 768 p. dat.”. Clique aqui
. Pesquisa e revisão: Silvia Simões , Jorge E. E. Vivar , Graciela Karababaikian

Maintenance notes

Jorge E. E. Vivar , Graciela Karababaikian