Área de identidad
Código de referencia
BR RSAHRS APOF
Título
Acervo Particular Omar Ferri
Fecha(s)
- 1965 - 2000 (Creación)
Nivel de descripción
Fondo
Volumen y soporte
- Extent
- 2,16 metros lineares / 16 caixas
Área de contexto
Nombre del productor
Omar Ferri***
(1933 - 0)
Historia biográfica
Omar Ferri nasceu na cidade de Encantado (RS/Brasil) em 30 de abril de 1933. Estudou nas cidades de Guaporé, Lajeado e Porto Alegre, local este onde se formou em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, em 1957.
Ferri exerceu a advocacia em Encantado e Porto Alegre; também ocupou o cargo de Procurador da Fundação Brasil Central durante o governo João Goulart, no período de 1962 a 1964, quando foi demitido da função pública por determinação do Comando Militar de Brasília. Isto ocorreu no dia 20 de abril de 1964, por Portaria baixada pelo interventor federal da Fundação Brasil Central, coronel de Exército Bolívar Oscar Mascarenhas. Para tal, muito contribuiu sua viagem a Cuba, entre dezembro de 1963 e janeiro de 1964, como convidado especial do governo cubano para as comemorações do quinto aniversário da revolução socialista.
Retornando a Porto Alegre após ser afastado do serviço público em Brasília, Ferri foi preso duas vezes: na primeira delas, por três dias, pelo Exército, no Chuí, numa ocasião em que foi visitar Leonel Brizola no Uruguai, pois exercia a função de “pombo-correio”; na segunda vez ficou preso por 24 horas no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Omar Ferri atuou em diversas causas penais com repercussão internacional como a deportação de Mário Firmenich (1984), o “Caso Doge” (1984-87) e, principalmente, o “Sequestro dos Uruguaios” (1978), do qual também foi protagonista fundamental, atuando como advogado de Lilián Celiberti, e Universindo Rodríguez Díaz, uruguaios sequestrados em Porto Alegre, num episodio que ficou marcado por propiciar o conhecimento da conexão repressiva – especificamente a Operação Condor – entre as ditaduras do Cone Sul.
Anistiado em 1985, Ferri foi Vereador em sua cidade natal, e, em Porto Alegre, foi Deputado Estadual do Rio Grande do Sul. Atuando em defesa dos Direitos Humanos e de presos políticos, militou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) até este ser extinto, pelo Ato Institucional Nº 2, em 1966. Passou, então, para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), depois para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Foi eleito Vereador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), retornado, depois, ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Leonel Brizola.
Participou ativamente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) nos primeiros anos de existência da entidade.
No ano de 1987, Omar Ferri obteve o Prêmio Direitos Humanos pelo Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, em 1987. O prêmio foi entregue pelo Presidente da CNBB, bispo Luciano Mendes de Almeida em solenidade patrocinada pela Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro.
Autor de obras sobre Direito, dentre elas o Manual de Direito Tributário, atualmente é Procurador Autárquico aposentado. É da sua autoria o livro “Sequestro no Cone Sul: o caso Lilián e Universindo”. Nesta obra, editada em Porto Alegre pela Mercado Aberto, no ano de 1981, Omar Ferri relata a sanha para elucidar um dos casos mais conhecidos da Operação Condor no Brasil. O “sequestro dos uruguaios”, como ficou conhecido, ocorreu no dia 12 de novembro de 1978, em Porto Alegre, e foi palco de um desenrolar conflitivo e tempestuoso na busca da verdade dos acontecimentos. Isto é o que relata Ferri, advogado de Lilián Celiberti, Universindo Díaz e da família Celiberti, em seu livro.
Omar Ferri – simultaneamente protagonista e testemunha nas ações narradas – escreve no calor dos fatos, dado que no ano de 1981 os dois uruguaios ainda estavam presos em Montevidéu, sendo, por isso, o relator de uma história aberta que foi se reescrevendo e confirmando os dados levantados pelo autor ao longo do acompanhamento do caso. Em seu livro, Ferri elucida a montagem do quebra-cabeça, peça por peça, dos indícios e das provas materiais desde o ano de 1978, quando o sequestro de Universindo, Lilián e os dois filhos desta, Camilo e Francesca, se realiza, até 1981, intervalo de tempo em que ocorreram inquéritos e sindicâncias federal e estadual, Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa e recebimento de denúncia contra os policiais do Departamento Ordem Política e Social de Porto Alegre, com posterior proferição de sentença. Ao longo de toda sua escrita, Ferri demonstra – e prova – as incessantes deturpações e ocultações dos fatos, com o intuito de obstar a busca da verdade, bem como o constante forjamento de mentiras que deveriam ser as verdades oficiais dos países, em ambos os lados do rio Uruguai. De igual modo, o autor escreve sobre as teias de solidariedade que se formavam em torno a Universindo e Lilián, ressaltando suas conexões e o estabelecimento de redes nacionais e internacionais de pessoas comprometidas não somente com o esclarecimento dos fatos, mas, também, com a realização da Justiça pela busca da Verdade, objetivo este que é o do autor, desde que tomou a dianteira na defesa dos uruguaios. Esta postura lhe causou contratempos e dissabores, com represálias como as de ter sua própria pessoa e sua família ameaçada, ou calúnias, como ser acusado de aproveitador, comunista e advogado de subversivos do marxismo internacional.
Neste livro Ferri desvela a cooperação entre as forças repressivas do Cone Sul, neste caso entre as polícias do Brasil e Uruguai, deixando, porém, bem claro que essa coordenação repressiva ocorria entre todos os governos das ditaduras civil-militares neste momento
Ferri exerceu a advocacia em Encantado e Porto Alegre; também ocupou o cargo de Procurador da Fundação Brasil Central durante o governo João Goulart, no período de 1962 a 1964, quando foi demitido da função pública por determinação do Comando Militar de Brasília. Isto ocorreu no dia 20 de abril de 1964, por Portaria baixada pelo interventor federal da Fundação Brasil Central, coronel de Exército Bolívar Oscar Mascarenhas. Para tal, muito contribuiu sua viagem a Cuba, entre dezembro de 1963 e janeiro de 1964, como convidado especial do governo cubano para as comemorações do quinto aniversário da revolução socialista.
Retornando a Porto Alegre após ser afastado do serviço público em Brasília, Ferri foi preso duas vezes: na primeira delas, por três dias, pelo Exército, no Chuí, numa ocasião em que foi visitar Leonel Brizola no Uruguai, pois exercia a função de “pombo-correio”; na segunda vez ficou preso por 24 horas no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Omar Ferri atuou em diversas causas penais com repercussão internacional como a deportação de Mário Firmenich (1984), o “Caso Doge” (1984-87) e, principalmente, o “Sequestro dos Uruguaios” (1978), do qual também foi protagonista fundamental, atuando como advogado de Lilián Celiberti, e Universindo Rodríguez Díaz, uruguaios sequestrados em Porto Alegre, num episodio que ficou marcado por propiciar o conhecimento da conexão repressiva – especificamente a Operação Condor – entre as ditaduras do Cone Sul.
Anistiado em 1985, Ferri foi Vereador em sua cidade natal, e, em Porto Alegre, foi Deputado Estadual do Rio Grande do Sul. Atuando em defesa dos Direitos Humanos e de presos políticos, militou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) até este ser extinto, pelo Ato Institucional Nº 2, em 1966. Passou, então, para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), depois para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Foi eleito Vereador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), retornado, depois, ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Leonel Brizola.
Participou ativamente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) nos primeiros anos de existência da entidade.
No ano de 1987, Omar Ferri obteve o Prêmio Direitos Humanos pelo Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, em 1987. O prêmio foi entregue pelo Presidente da CNBB, bispo Luciano Mendes de Almeida em solenidade patrocinada pela Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro.
Autor de obras sobre Direito, dentre elas o Manual de Direito Tributário, atualmente é Procurador Autárquico aposentado. É da sua autoria o livro “Sequestro no Cone Sul: o caso Lilián e Universindo”. Nesta obra, editada em Porto Alegre pela Mercado Aberto, no ano de 1981, Omar Ferri relata a sanha para elucidar um dos casos mais conhecidos da Operação Condor no Brasil. O “sequestro dos uruguaios”, como ficou conhecido, ocorreu no dia 12 de novembro de 1978, em Porto Alegre, e foi palco de um desenrolar conflitivo e tempestuoso na busca da verdade dos acontecimentos. Isto é o que relata Ferri, advogado de Lilián Celiberti, Universindo Díaz e da família Celiberti, em seu livro.
Omar Ferri – simultaneamente protagonista e testemunha nas ações narradas – escreve no calor dos fatos, dado que no ano de 1981 os dois uruguaios ainda estavam presos em Montevidéu, sendo, por isso, o relator de uma história aberta que foi se reescrevendo e confirmando os dados levantados pelo autor ao longo do acompanhamento do caso. Em seu livro, Ferri elucida a montagem do quebra-cabeça, peça por peça, dos indícios e das provas materiais desde o ano de 1978, quando o sequestro de Universindo, Lilián e os dois filhos desta, Camilo e Francesca, se realiza, até 1981, intervalo de tempo em que ocorreram inquéritos e sindicâncias federal e estadual, Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa e recebimento de denúncia contra os policiais do Departamento Ordem Política e Social de Porto Alegre, com posterior proferição de sentença. Ao longo de toda sua escrita, Ferri demonstra – e prova – as incessantes deturpações e ocultações dos fatos, com o intuito de obstar a busca da verdade, bem como o constante forjamento de mentiras que deveriam ser as verdades oficiais dos países, em ambos os lados do rio Uruguai. De igual modo, o autor escreve sobre as teias de solidariedade que se formavam em torno a Universindo e Lilián, ressaltando suas conexões e o estabelecimento de redes nacionais e internacionais de pessoas comprometidas não somente com o esclarecimento dos fatos, mas, também, com a realização da Justiça pela busca da Verdade, objetivo este que é o do autor, desde que tomou a dianteira na defesa dos uruguaios. Esta postura lhe causou contratempos e dissabores, com represálias como as de ter sua própria pessoa e sua família ameaçada, ou calúnias, como ser acusado de aproveitador, comunista e advogado de subversivos do marxismo internacional.
Neste livro Ferri desvela a cooperação entre as forças repressivas do Cone Sul, neste caso entre as polícias do Brasil e Uruguai, deixando, porém, bem claro que essa coordenação repressiva ocorria entre todos os governos das ditaduras civil-militares neste momento
Institución Depositaria
Historia archivística
Origen del ingreso o transferencia
Doação do acervo Particular de Omar Ferri
Área de contenido y estructura
Alcance y contenido
O Acervo Particular Omar Ferri é constituído por documentos referentes às atividades do advogado especialmente no caso do sequestro dos uruguaios, Lilian Celiberti e Universindo Dias e os filhos de Lilian, Camilo e Francesca, em novembro de 1978 em Porto Alegre. Boa parte do acervo refere-se a esse caso e reúne reportagens, anotações, relatórios, fotografias, correspondências, panfletos. Também contém documentos referentes a exilados, presos políticos e violações dos direitos humanos. Tipos de documentos Panfletos - Documentação Jurídica de perseguidos políticos no Cone Sul - Publicações periódicas - Manifestos - Pancartas - Processos judiciais - Cartas, informes e relatórios de organizações de DH
Valorización, destrucción y programación
Fundo fechado de caráter permanente. Não há eliminação de documentos.
Acumulaciones
Sistema de arreglo
100% identificado e organizado
Área de condiciones de acceso y uso
Condiciones de acceso
Sem restrições de acesso - Acesso livre LEI Nº 12.527, DE 18/11/2011 Regula o acesso às informações
Condiciones
Idioma del material
Escritura del material
Notas sobre las lenguas y escrituras
dfgdfgfd
Características físicas y requisitos técnicos
Instrumentos de descripción
Meio de Busca contendo informações sobre o acervo e sobre a documentação (localização e descrição) finalizado
Área de materiales relacionados
Existencia y localización de originales
Existencia y localización de copias
Unidades de descripción relacionadas
Fundo documental Movimento de Justiça e Direitos Humanos Memoria Reveladas
Área de notas
Puntos de acceso
Puntos de acceso por materia
Puntos de acceso por lugar
Puntos de acceso por autoridad
- Omar Ferri*** (Creador)
Área de control de la descripción
Identificador de la descripción
BR
Identificador de la institución
Reglas y/o convenciones usadas
Estado de elaboración
Revisado
Nivel de detalle
Parcial
Fechas de creación revisión eliminación
Creación: Noviembre de 2014
Actualización: Diciembre de 2019
Actualización: Diciembre de 2019
Idioma(s)
- español
Escritura(s)
Fuentes
Formulário do IPPDH respondido por: Ananda Simões Fernandes; Fernanda de Lannoy Stürmer; João Ribeiro da Cunha Neto -20/12/2012 - Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
Formulario IPPDH de actualización de información
Metadatos del objeto digital
Tipo de soporte
Imagen
Mime-type
image/jpeg
Tamaño del archivo
671 KiB
Cargado
19 de febrero de 2020 10:58